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Tudo
Lentamente
Dentro de mim
Se petrifica
A voz de pedra
Caindo da boca
Aberta
Dizendo coisas
A si mesmo
Que multiplicam o peso
Sob a pele
Pedra incandescente
Queimando o que antes
Amava livremente
O sonho de pedra
Cada vez mais bruta
De que duas pessoas possam mesmo
Ficarem juntas
Tenho medo
De ser tão concreto
Minhas mãos de pedra
Os dedos de pedra
As costelas de pedra
E a dor imensa
De tirar dos olhos
O pequeno brilho
De um cristal aflito
Everton Behenck
O pequenino ser
Corre sempre em frente
Nunca para
Salta como pode
Sobre toda sorte
De obstáculos
Agarra moedas no ar
Preciosas
Encontra e perde
Jóias
Mas de repente
Em um momento ele erra o passo
E cai no vazio
Ou então passa correndo
E o trajeto acaba
E ele se perde no nada
Game over
Engraçado
Como é igual
Na vida
Everton Behenck
A paz das coisas
Que se movem
Inocentes
O motor de um automóvel
Automaticamente
Mesmo quando persegue
A vida em uma ambulância
As dobradiças de uma porta
Que leva e traz de volta
Mesmo quando fugimos
Ou voltamos
Depois de anos
O significado
Despretensioso
De um avião pousando
Há um poema imenso
Nas asas de metal
Cortando o tempo
Há um oceano
Mecânico
Juntas que nunca vão doer
O mundo se movimentando
Ao nosso encontro
Ou nos contrariando
A paz de todas as coisas
Que inventamos
Tudo está em paz
Nós não estamos
Everton Behenck