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Não acenda as luzes
Não ainda
Existe muito o que escurecer
Em mim
Existe muito o que dormir
E muitos olhos a fechar
Aqueles que um dia
Viram a morte
Aqueles que esperam
Que alguém volte
E desde então
Não dormem
Aqueles que disseram adeus
Antes da hora
E hoje
Só sabem olhar para a porta
Em uma espera desperta
E ansiosa
Aqueles que
De tão cansados
Não podem manter
Os olhos fechados
Aqueles que amam
Um amor enorme
E o amor
Não dorme
Não acenda a luz
Espere um pouco
Que dentro desse escuro
Corre um louco
Pelas paredes
E pelo teto
Batento nas coisas
Puxando o lençol da cama
E a luz agora
Vai assuta-lo
E ele não merece esse sofrimento
Não nesse momento
Então aguarde com calma
No lado de fora
Não acenda a luz agora
Que lá dentro
Sob os escombros do sono
Há alguém tentando
Inventar um sonho
Everton Behenck
Minha vontade de ser livre
Sem perceber que liberdade
É uma palavra
Sem asas
Minha vontade de ser forte
Sem entender que o preço da força
É a dureza
Meu desejo de saber
Sem o entendimento
De que não fomos feitos
Para o conhecimento
E sim para a fé
Seja ela na cruz
No idioma
Ou numa infinidade de contas
Meu sonho antigo
De ser maior
Sem entender que o tamanho
É relativo
E que ao nos vermos diminuídos
Intuímos
Nossa verdadeira estatura
Crescer é mais um paradoxo
Que uma direção
Não passamos de uma intenção
Everton Behenck
As mulheres
Perguntam
Sedentas de beleza
Onde você comprou seu vestido
Sua bolsa
Seus sapatos
Mal sabem elas
Que longe de você
As coisas são belas
Pela metade
Everton Behenck