You are currently browsing the monthly archive for dezembro 2009.
Ando louco pra escrever mas to precisando organizar a vida.
Valeu a quem andou por aqui. Escreve pra mim.
Comenta alguma coisa quando me encontra.
Vocês são uns amores.
Beijos e um dois mil e dez com um pouco mais de poesia. Mesmo que dolorida.
Não é fácil
Se despir na porta
Antes de ir embora
A nudez das coisas
Que não estarão em nada
Além da pele
Nesse momento
Não servem
As infinitas possibilidades
Minha idade
Carrega os anos
De vocês todos
E pesa tanto
Levá-los comigo
Mas como é bonito
Everton Behenck
Não vou dizer nada
A mão encostada no rosto
Que diga
Os dedos entre os cabelos
Que falem
O beijo que conte
À boca
O que lhe é urgente
Não direi uma palavra
O tronco inclinado
Na direção dela
Que fale o que é preciso
Que meça a distância
Que peça abrigo
No abraço
Não direi que vidas se passam
Ao meu lado
Até que ela volte
Passo a passo
Não falarei da ausência
A face que fale
Por mim
Será assim
Sem nenhuma palavra
Que ela saberá
Que agora
É tarde para ir embora
Everton Behenck
Não ria
Da minha agonia
É ridícula
Mas é minha
Não vire as costas
Para minha palavra
Ela só quer uma resposta
Mesmo que seja o silêncio
Desde que seja intenso
Everton Behenck
Medimos em passos, metros
Quilômetros
Contabilizamos segundos, minutos
Anos
Somos bichos
Feitos para o espanto
Com a ausência do que amamos
Somos feitos para ter por perto
O afeto
Precisamos do carinho
Do abraço
Do passo ao lado
Precisamos preencher esse espaço
Vago
Em nossos braços
Precisamos desesperados
Nos encontrar
No que nos é tirado
Dependemos do beijo
De uma palavra que nos justifique
Somos sempre as mãos estendidas
Chamando
Muitas vezes somos o outro
Mais do que somos
Everton Behenck
Queria conhecer
Cada uma
Das infinitas mulheres
Que amam sob tua pele
Que desejam a boca no seio
Um segredo entre as pernas
Que esperam seu tempo
Aí dentro
Todas
Que olham furtivas
Que imaginam vidas
Tão distantes
Que são amantes
Sem culpa
E se entregam a si mesmas
Sedentas
Ao pressentimento da cama
Que se culpam
Sem nunca ter feito nada
E já não sabem
A quem devem seus desejos
Ao outro ou a si mesmo
Que exercitam
Seu poder infinito
De possuir espíritos
Masculinos
Que seguem seus instintos
E só vêem limites na própria vontade
Que ardem
Porque ter algo que queima
Dentro
É sempre um pressentimento
De que logo não estaremos
E que só restará
No último instante
A vida
Vivida
Na certeza da despedida
Eu chamaria
Por todos os seus nomes
Se soubesse
Everton Behenck
Suba no ponto
Mais alto
Da tua consciência
E salte de cabeça
Desça ao que há de profundo
Onde está isso tudo
Que somos
Conhecidos e estranhos
No mesmo corpo
Desça
Mesmo que o ar te falte
Mesmo que escureça
Em tua profundidade
Descubra teus naufrágios
Tuas moedas perdidas
Tuas correntes marítimas
Navegue em tua entrega
Continente
Do que sente
Há de ter oxigênio o bastante
Há de encontrar tua própria Atlantis
Há de conhecer essa civilização perdida
Com sua própria língua
Depois
Venha à tona de si
Que eu estarei aqui
Everton Behenck
Você já me teve
Tanto
Que esqueci
Minha procedência
Você inventou
Minha inocência
E a matou
Você escreveu
Minha certidão
De nascimento
Mas teve medo
Desde o primeiro momento
Everton Behenck