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Eu e minha falta imensa
De poesia
Eu e minha loucura adormecida
Eu e minha vontade
De comer a tarde
Cravando as unhas
Rasgando nos dentes
A calma aparente
Eu e minha terapia ocupacional
Para proteger uma mão da outra
Eu e minhas porções integrais
E frutas frescas
Recém arrancadas
De uma terra sem alma
Eu e minha fraqueza
Na pele arrasada
Nas mãos que já não tremem
Nem acenam um beijo
Eu e minha vontade insana
De revirar a cama e os livros
E derrubar uma parede atrás da outra
Só com a força do pensamento
Eu e esse outro de mim
Preso
Everton Behenck
A paz das coisas
Que se movem
Inocentes
O motor de um automóvel
Automaticamente
Mesmo quando persegue
A vida em uma ambulância
As dobradiças de uma porta
Que leva e traz de volta
Mesmo quando fugimos
Ou voltamos
Depois de anos
O significado
Despretensioso
De um avião pousando
Há um poema imenso
Nas asas de metal
Cortando o tempo
Há um oceano
Mecânico
Juntas que nunca vão doer
O mundo se movimentando
Ao nosso encontro
Ou nos contrariando
A paz de todas as coisas
Que inventamos
Tudo está em paz
Nós não estamos
Everton Behenck