You are currently browsing the monthly archive for abril 2009.
Quero tocar teu gemido
Pegar com as mãos
Levar à face
Como quem lava o rosto
As duas mãos
Juntas no gozo
Quero levar à boca
Teu gemido
Como quem devora um idioma
Em uma fome de sentido
Quero engolir teu gemido
Mastigar o som
Para saber teu gosto
Preciso levar teu gemido
Comigo
Para que ele seja
Meu abrigo
Everton Behenck
Viva de acordo
Com seu engodo
Com a máscara
Mais cara
Ao caráter oculto
Do seu vulto
Quando beija
Viva desmentindo
Verdades
Que te desagradem
Em sua pequena
Aderência
Viva plena(mente)
Viva simples(mente)
Viva doce(mente)
Constrangida
Everton Behenck
Tento me explicar
Em um levantar de olhos
Tocando teu rosto
Com as costas dos dedos
Indicador e médio
E me declaro
Secreto
Tento me contar
Na respiração perdida
Entre o teu pescoço
E o ombro
Naquele espaço
Que não conhece a fala
Tento desesperadamente
Não dizer nada
Para me tornar uma única palavra
Everton Behenck
Lançamento da antologia O melhor da festa e sessão de autógrafos com os autores
Dia 22 de abril, quarta
das 19h às 21h
Livraria Letras & Cia
http://www.letrasecia.com.br
Av. Osvaldo Aranha, 444 – Bomfim – Porto Alegre/RS
Tel.: (51) 3225-9944
O melhor da festa
Antologia publicada especialmente para a ocasião, a obra reúne poemas, contos, crônicas e ensaios inéditos de 36 autores que participaram da primeira edição da FestiPoa Literária, em 2008. Contém desde ficção de autores ainda não publicados em livro, até textos de escritores consagrados e premiados no cenário literário nacional, como Donaldo Schüler – escritor homenageado da FestiPoa 2008 – Luiz Antonio de Assis Brasil, Fabrício Carpinejar, Ricardo Silvestrin, Marcelino Freire e Luis Augusto Fischer.
Título: O melhor da festa
Autor: 36 autores
Organizador: Fernando Ramos
Texto das orelhas: Paulo Scott, Luiz Antonio de Assis Brasil, Lima Trindade e Luiz Horácio
Capa, projeto gráfico e ilustrações: Guilherme Moojen
Gênero: Antologia/Literatura Brasileira
Formato: brochura, 14 X 21 cm
Páginas: 136
Peso: 175 g
Preço: R$ 21,00
Editora Nova Roma
Produção: jornal Vaia
Tem que ser assim
Mas será?
Que tem que ser
Te negar?
Mesmo continuando
A te ver?
Em todo lugar
Não há lado
Em que você não está
Não existe teoria
Sem a variável dos teus olhos
Tu é minha ciência
Minha lei
Da gravidade
Sem ti não há Darwin
Que me salve
Meu instinto
Anda sentindo
Tua falta
O eterno retorno
À tua placa
De pare
Everton Behenck
Não sou um poeta menor
Sou minúsculo
Cada letra
Um grão de areia
Construindo um castelo
Everton Behenck
Há algo dentro desse corpo
De carne e osso
Há algo que espreita
Que estranha
As entranhas
Orações
Que rezo
Me encolhendo como um feto
Enquanto durmo
Há alguém passando uma caneca
Na grade das costelas
Há muitos bichos
Repetindo seus grunhidos
No escuro
Há algo nesses sussurros
Do corpo
São muitos monstros
Que nos são
Mais do que somos
Everton Behenck
De 22 a 25 de abril vai acontecer a segunda edição da FestiPoa. Em breve será publicada toda a programação do evento.
A primeira foi muito bacana e a segunda promete ainda mais literatura e mais festa.
Aguardem.
Não é arte
Isso que arde
Isso que cuspo
Na folha em branco
Desespero
Mesmo que alegre
Mesmo que inteiro
Não é arte
Não é arte
Pensar no amor
Desacreditar
E voltar a si
Fazer canções
Para compensar
Não é arte
Isso que eu canto
Não é arte
Essa palavra
Não é arte
Arte
É driblar a morte
Everton Behenck