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Minhas ilusões de amor
Essas que hoje se espalham
Na invenção da memória
Essas que estão
Perdidas pela cidade
Na gaveta de alguém
Em um papel de presente
Em uma rolha de vinho
Minhas pequenas ilusões
De amor
E que hoje
Me fazem tanta falta
Essas pequenas pedras
De matéria sutil
Minhas ilusões
Que vem em ecos
Que vem escondidas em músicas
Que escuto sem querer
Na rua
Minhas ilusões
Desqualificadas pelo clichê
Ao chamar assim
Ilusões
Mas eram minhas
E eu as amava
E era tão bom o que faziam comigo
Minhas pequenas
Ilusões de amor
Espero que um dia
Sejam encontradas
Por outro poeta
Ainda garoto
E espero que isso
Traga alívio
E quem sabe
Ele rescreva
Todos os meus poemas
Everton Behenck
As belas palavras
Onde antes
Não havia nada
O silencio pelo qual
Se apaixonava
Procurando a fala
As belas palavras
Desmentindo o medo
Que as acompanhava
A morte e o desespero
E as doenças do sofrimento
Esquecendo por um momento
Seu destino de cimento
As belas palavras
Onde antes não havia nada
Se rendendo à boca
Que as beijava
As belas palavras
Saltando no imenso
Impossível
Do teu sorriso
Everton Behenck