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Ela abriu meus olhos
Que choravam

Uma solidão viva

E em sua companhia
Desfez-se o sentido
Dos meus punhos fechados

Lutando com o invisível

Ela me fez querer
Acalmar o espírito com um filho

Voltar ao início
Fazer tudo diferente

Para que pudesse
Finalmente alcançar seus olhos

No que significam

Ela me fez pensar
Que talvez não valesse tanto

Desolar o horizonte

Ser tão livre
Tão denso
Tão vivo

Quando isso significa
Não ter sua companhia

Me fez pensar
Que talvez não importassem tanto
Os livros que leio doendo

Os versos que escrevo
Sofrendo

As noites que passo
Em claro

Sempre partindo
O espaço

Onde me debato

Ela me fez um carinho
E com ele construí uma vida inteira

A dois
A três

A sós

Colorindo só
O que há de melhor em mim

Ela me fez feliz

Everton Behenck

Segurei forte
A fita que você me deu

E quis rezar

Quis tanto
Um santo me olhando

Nessa solidão tamanha
Que me acompanha

Pesou
Minha própria natureza

De ser presa
Entre os dentes

Da minha delicadeza

Como quis uma prece
Que desse jeito

Em tudo isso que não tenho

Amei com mais força
A esposa que não vejo

Tive muito mais carinho
Por meu filho

Impossível

E nessa prece
Que não faço

Esperei que algo
Me dissesse

Como em um milagre

Que poderia ser forte
Para isso que me escolhe

Everton Behenck

No dia em que você
Foi embora

Uma música
Que era nossa

Desfez suas notas

Uma fraqueza
Que era minha

Ficou exposta

A solidão me cobrou
Cada palavra

De amor

Um ano inteiro
Se calou

Para sempre

Um anjo me cobrou
Suas asas

(eram emprestadas)

Everton Behenck

Para quem quiser conhecer essa é a mais nova função em que eu me meti.
Rock em português com toda a sinceridade.

Beijão aí!

http://www.myspace.com/casamadrerock

Twitter: @casamadre

Sempre haverá o medo
Para contar as horas
Em nossos dedos

Lembrando
Que há o segredo

Em tudo o que isso significa

O fim desse ciclo
Definitivo

Onde esse jogo
De luz e sombra

Será definido

Sempre haverá
Esse vínculo

Que nos prende ao chão

Como um bicho
Resistindo impotente

À captura

Sempre haverá a luta
Inútil

Que travamos

Por não sabermos
O que somos

Everton Behenck

Eu bebo
Mais do que devo

Apago

Não me lembro
Eu caminho
Linhas e linhas

Pairo acima
Do dia

Eu ponho sonhos
Sob a língua

E invento uma alegria
Colorida

Para estender em frente a retina

Sou inocente
No que procuro tanto

Em meus espantos
Eu sonho para dentro

Everton Behenck

Um dia
Uma voz aflita

Me dirá teu nome

Escondida
Em minha própria voz

Que some

Teu nome
Como o calor da tua mão

Teu nome
Como a boca no seio

Um dia
Minha vida frágil

Precisará te chamar

Para que um velho
Pinte em si meu rosto

Lembrando teu gosto

Everton Behenck