Ameaço o tempo de morte
Com um minuto
Pontiagudo
Que ele próprio
Recém quebrara
Se atreva a cometer
Mais um instante
Se atreva a me envelhecer
E a maltratar meus dias
Esquecidos agora
Na imensa distância das horas
Ameaço o tempo
E ele chora
Enquanto uma raiz
Cresce sob a terra
Uma unha se alonga
Um cabelo cai
E dentro de uma mulher
Cresce uma criança
Enquanto dentro de um homem
O jantar se desintegra
Ameaço o tempo
De morte
E ele chora
Sem conseguir dizer
Que é do tempo
Morrer
Everton Behenck
2 comentários
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agosto 25, 2010 às 00:28
robertita
O tempo é o inimigo mais cruel. Mas a experiência que ele dá é a melhor amiga.
E agora? beijo! Lindo como sempre!!
agosto 25, 2010 às 20:10
Cogumela
Enquanto as mulheres são como árvores que florificam e frutificam com o passar do tempo, vejo o homem como uma intempérie que lixa, desgasta e deixa.
#triste!
Um abraço.