Ameaço o tempo de morte
Com um minuto

Pontiagudo

Que ele próprio
Recém quebrara

Se atreva a cometer
Mais um instante

Se atreva a me envelhecer
E a maltratar meus dias

Esquecidos agora
Na imensa distância das horas

Ameaço o tempo
E ele chora

Enquanto uma raiz
Cresce sob a terra

Uma unha se alonga
Um cabelo cai

E dentro de uma mulher
Cresce uma criança

Enquanto dentro de um homem
O jantar se desintegra

Ameaço o tempo
De morte

E ele chora

Sem conseguir dizer
Que é do tempo

Morrer

Everton Behenck