Ela esmaga
Com os cílios

Cada uma das quatro letras
Da palavra perfeita

Ela quebra meus dedos
Com seus cabelos

Para que minha mão não escreva
Este poema

Ela agride o que sinto

Para ter certeza
Da sua presença

Ela deseja estar

Sem entender
Que nunca se ausenta

Tudo que faço
Digo e sinto

Tem sido por ela

Mesmo quando fica irreconhecível
E vocifera

Palavras que nunca
Nasceriam entres suas costelas

Ela
É prisioneira dela

E eu

Sou seu colega
De cela

Everton Behenck