Se cruzo os braços
Congelados

É porque sou
Analfabeto do afago

E o gesto é vago

Porque trago o passado
Amarrando os pulsos

Marcados

Se olho
Com o olhos vastos

É porque só olhando
Através de ti

Consigo ficar aqui
Enquanto você

Arruma as coisas
Como se elas pudessem existir

Em outro lugar

Que não
Em nossa casa

As coisas são todas
Donas

Do lugar às quais pertencem

E nós somos
Da gente

Everton Behenck