Eu inventaria
Toda sua família
Se pudesse
Criaria um primo
Para que me contasse
O quanto você era linda
Quando menina
E como sente até hoje
Teu cheiro
De quem vai para e escola
Com os cabelos molhados
Eu criaria sua mãe
Para vê-la plena de você
E ver os olhos que ela
Imaginava para a filha
E como era bonita essa menina
Que ela sonhava
E mais ainda
Qual surpresa
Seria ver sua beleza pequena
Na maternidade
Eu inventaria seu pai
Para que ficasse lá fora
Ansioso e tolo
E ele me entenderia
Completamente
Eu inventaria
Uma tia
Para que fosse mãe do primo
Aquele
E repetisse com ele
O mesmo enredo
E acrescentasse
Alguns detalhes
De bolo e café da tarde
Para você comer com os olhos enormes
De devorar chocolate
Eu criaria uma avó
Para amar tua mãe
Para abraçar você
E sentir-se capaz
De morrer
Porque já não lhe falta
Nada
E faria um avô
Para beijar a antiga amada
E mostrar que é possível
Viver infinito
Apesar do tempo
Nos agredindo
Eu faria um filho
Para saber
Que apesar de qualquer divorcio
A combinação de olhos e boca
Nossos
É inseparável em seu rosto
Eu inventaria todos
Para que você
Rodeada por tanta gente
Que criei por ti
Nunca quisesse partir
Everton Behenck
3 comentários
Comments feed for this article
abril 20, 2011 às 21:27
claudia
lindíssimo!
abril 21, 2011 às 03:27
Ivone
Amei!
Saudade, sempre!
Beijo gigante… na alma!
abril 26, 2011 às 19:09
beta
Meu deus!!