Escreverei
Até a última linha
Deste poema
Que se debate
Como uma criança contrariada
Quem te ensinou
Esses olhos
De tanto nada
Criança maltratada
Que não sabe
Sobre ter pai
Nem mãe
Nem madrasta
Você chora sua lágrima
Ensaiada
Na linha esticada
Contra a sua vontade
Te arde esse verso
Eu percebo
Mas é medo
De criança
Pânico
De que essa palavra
Te faça
Adulta
E ser gente grande
É grande demais
Mas olha pra isso
Criança
Que escrevo
Com tuas tranças
É uma cantiga
De infância
Isso tudo
Que os adultos
Em seu medo
Dão o nome
De segredo
Everton Behenck
1 comentário
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dezembro 24, 2010 às 09:08
roberta
Eu guardo esse segredo!