o mar em dia de chuva. A cor. Sei que percebes a cor. Cinza. É teu ofício.
É lá que eu estou. Hoje não há
céu. Meu chão:(?) o fundo. Areia
saturada que flutua meus pés.
Olho para cima e é o azul, as borboletas Vincent, somente as borboletas,mas esse céu, esse céu perene, não deixe que digam que me pertence quando vires minhas mãos lavadas.
Pinte as minhas digitais arranhando as paredes à unha:
algumas bolhas de ar sobem lentas à superfície. Levam um pequeno fôlego do que de mim, é ar.
O que resta é pressão. É água e sangue,
que me transcende a essa caixa
craniana onde se move a lesma cinzenta.
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abril 29, 2010 às 17:13
Shala Andira
Cartas à Vincent
Vincent,
o mar em dia de chuva. A cor. Sei que percebes a cor. Cinza. É teu ofício.
É lá que eu estou. Hoje não há
céu. Meu chão:(?) o fundo. Areia
saturada que flutua meus pés.
Olho para cima e é o azul, as borboletas Vincent, somente as borboletas,mas esse céu, esse céu perene, não deixe que digam que me pertence quando vires minhas mãos lavadas.
Pinte as minhas digitais arranhando as paredes à unha:
algumas bolhas de ar sobem lentas à superfície. Levam um pequeno fôlego do que de mim, é ar.
O que resta é pressão. É água e sangue,
que me transcende a essa caixa
craniana onde se move a lesma cinzenta.
E.
saudades de ti poeta
Shala
Shala Andirá