Não vou dizer nada
A mão encostada no rosto
Que diga

Os dedos entre os cabelos
Que falem

O beijo que conte
À boca

O que lhe é urgente

Não direi uma palavra
O tronco inclinado
Na direção dela
Que fale o que é preciso

Que meça a distância

Que peça abrigo
No abraço

Não direi que vidas se passam
Ao meu lado

Até que ela volte
Passo a passo

Não falarei da ausência
A face que fale
Por mim

Será assim

Sem nenhuma palavra
Que ela saberá

Que agora
É tarde para ir embora

Everton Behenck