Há uma ferida
Na parede
Um buraco
Que já foi pintado
Mas está lá
Pálido
Há uma noite inteira
Presa
Onde ficou marcado
Quando foi mesmo?
Acho que foi em dezembro
Você atirou um cinzeiro
De vidro
Pesado
Na parede do quarto
Com a intenção de todos os cigarros
E o prédio inteiro
Calou
Porque falávamos
De amor
Everton Behenck
5 comentários
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maio 22, 2009 às 02:54
Fafi
Nossa… tanta coisa passou na minha cabeça lendo este post.
Quantos buracos não só na parede, na alma.
Lindo
maio 22, 2009 às 10:20
Val
rindo aqui porque já protagonizei essa cena [com direito a bis ;)]
maravilhoso!
moço, sem pedir licença (coisa feia) publiquei um poema seu no “impura poesia” ( http://impurapoesia.blogspot.com ). se tiver algo contra, me dê um puxão de orelha, ok?
o “impura” anda desatualizado ao cubo, seu poema é o pontapé inicial na nova fase do blog (que contará com mudança de layout, inclusive).
beijo e até..
maio 22, 2009 às 18:56
ivone
Oi, meu querido… lindo poema…
Saudade demais…
Beijo grande… na alma!
*Antes q vc diga algo… sim, sim, hoje estou meio assim… (reticências)…
maio 24, 2009 às 00:47
Guto Leite
Salve, parceiro. O cinzeiro atirado com A INTENÇÃO DE TODOS OS CIGARROS é realmente uma imagem fortíssima saída de um fato aparentemente comum. Um achado! O que vai nos cinzeiros? As bitucas e as cinzas… fabuloso! Grande abraço
maio 25, 2009 às 18:06
Jac.
Essa emoção que se joga nas paredes…
Faz barulho, sim!
Mas grande silêncio se faz.
É preciso respeitar o amor!
Visito sua poesia que eu gosto!!