Será possível
Que vou passar
O resto da vida
Escrevendo sobre isso

Essa falta de sentido
O despropósito
Do amor e do ódio

Em sua equivalência
Essa grande e derradeira

Besteira

Em que cela estou preso
Por esse crime
Que ainda não cometi

Onde diz
Que é assim que deve ser?
Que não sei ler

Nenhum dos seus livros

Nem dos crentes
Nem dos físicos

São todos inimigos
Da verdade

No altar da universidade
Ou em uma certeza de joelhos

Somos todos aquele cego
Na praça

Ouve a música
Uma ou outra palavra

Mas não vê nada

Everton Behenck