Vem descendo a rua escura
A imensa boca nua
A saliva excitada
Nos lábios de cada
Boeiro
Vem tragando
Cada trago
Extraviado
Vem mascando cada par de pernas
Lambendo entre elas
Vem passando a língua
No calçamento áspero
Empunhando
Punhos fechados
Vêm violentando
Espaços
Espantando os ratos
Apaixonando os cantos
A boca vem cortando
Sacadas
Corredores
Abrindo portas
Chamando todos
Para fora
No sinal de fumaça
De um cigarro
Feminino
Na sua ânsia
Maria, Joana
Seguindo a linha
Com suas narinas
Repetindo rente ao chão
A sexta-cheira
Everton Behenck
1 comentário
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maio 8, 2008 às 21:47
Julinha
wow!