Não sei nada
Além de abrir cada poro
Da pele
Para que qualquer um atravesse
E nem sei para que isso serve
Quem quer saber
O que corre em outra veia?
Quem quer ver
Esse lugar onde o sol
Só sabe se pôr?
Quem poderia depor
A meu favor?
Quando o espelho
Me acusar
De alta traição?
Sei muito pouco
Da vida
Da morte
A certeza
Mas não sei o que significa
Não estar no outro dia
Não saber da voz
Que chamaria meu nome
Com uma dor enorme
Dessas que não dormem
Não ter nem que fosse
Uma única certeza
Um amor de pedra
Para atirar na janela
Não saber da vela acessa
Queimando meu nome
Sei muito pouco
Quase nada além da dúvida
Em cada pensamento
Em cada sentimento
Estrangeiro
Todos são bem vindos
E suspeitos
Estão todos convidados
Para um trago
Estão todos convidados
A descobrir comigo
Em um sorriso etílico
Que tudo
Uma hora
Se iguala
Porque o primeiro momento
Foi um só
E foi o mesmo
Para tudo
Não existe
O primeiro
E o segundo
Não há pódio
Para o amor e o ódio
Tomarem seus lugares
Existem milhares de possibilidades
Onde a matemática
Não cabe
Onde o amor não pode
Mais que um verso
Então desfaça
Essa sabedoria da cara
Que a gente não passa de uma farsa
Pena que eu não saiba
O que espero?
Há tanto tempo
Sentado ao relento
No sentido
De cada palavra
Olhando o céu
Esperando que a verdade caia?
(sei que poderia ser tão idiota)
Preso ao chão
Esperando alguém que não volta?
Não creio
Talvez esperando alguém que não veio
Para me fazer inteiro
Mesmo sabendo
Que essa metade
É tudo que temos
Talvez eu não passe
De mais um que ainda não sabe
Que não existem milagres
Everton Behenck
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